No Algarve, a greve geral foi uma das maiores de sempre, com os sectores da administração local, das pescas, da educação, dos transportes a registarem uma resposta combativa e determinada por parte dos trabalhadores contra a política do Governo. Muito antes da meia-noite, os números comprovavam a forte participação nesta jornada de luta. Segundo dados avançados pela CGTP-IN, a Lota de Olhão encerrou, a recolha do lixo no concelho de Loulé, Vila do Bispo e São Brás de Alportel paralisou e a dos concelhos de Olhão (50 por cento), de Vila Real de Santo António (99 por cento) e de Portimão (de 11 saíram três carros) foi fortemente afectada. A greve fez-se ainda sentir em muitas câmaras, nos Bombeiros Municipais de Tavira e em 27 juntas de freguesia (100 por cento).
Nesta região registou-se ainda uma paralisação total dos portos, com os trabalhadores portuários do IPTM, os pilotos da barra e os controladores de tráfego marítimo a aderirem massivamente à greve geral.
Na saúde também se registou uma forte participação dos trabalhadores, nomeadamente no Hospital de Faro e nas unidades hospitalares de Portimão e Lagos. Na educação não foi diferente, com cerca de 60 escolas encerradas.
De igual forma, as repartições de finanças de Olhão, Lagoa, Quarteira e Silves estiveram encerradas, os transportes ferroviários funcionaram apenas para garantir os serviços mínimos, assim como as misericórdias de Vila do Bispo, Espiche, Lagos, Lascas Santo Amaro, Portimão, Albufeira, Tavira, Vila Real de Santo António e Castro Marim.
Forte adesão no privado
No sector da grande distribuição registou-se adesões significativas em Faro, Olhão e Vila Real de Santo António, particularmente no Lidl do Parchal (50 por cento), no Jumbo de Faro (40 por cento no supermercado e 98 por cento na Box), e no Pão de Açúcar de Olhão (40 por cento).
«Daqui do Algarve há uma resposta combativa e determinada por parte dos trabalhadores contra a política do Governo e de exigência de um novo rumo para a região e o País», salientou, nas primeiras horas do dia, Vasco Cardoso, da Comissão Política do PCP.
Estas lutas contaram com o apoio das Comissões Obreras e da UGT da Andaluzia.